sexta-feira, 6 de maio de 2011

ESCUTAS?





Escutas?

Os templos ruíram sem ruídos,
Perdera Deus agora sua morada?
Onde escondes tua face sagrada?
Por que não atenta a mim teus ouvidos?

Dormir foi meu único pedido,
Acordar contigo o ultimo sonho.
Tanto amo esse Deus que envergonho...
Quisera eu, nunca ter nascido!

Culpa minha do pecado compor
Esse ser que nascer não escolhe?
A cegueira de vê ainda que olhe
O triste viver que queres me impor.

É graça, bom Deus que os seus acolhe
Em afagos tão ternos, embora,
Semeaste esta vida de outrora -
Hoje madura, apressa-te colhe!

Corro para da vida fugir;
A quem com suicídio compare,
Mas é só dor que quero que pare
E não vejo pecado em pedir.

Deus paterno, não ouves quando oro?
A mim concede ter-te de perto!
És pai e se não me escutas por certo
É porque sabe que a morte imploro.


Castro Lins

3 comentários:

  1. Caríssimo Castro! Fiz uma referência [reverência] a você no meu blog 'Das Canções a que sou preso'. Um forte abraço, e salve a poesia latino-americana...

    http://presoacancoes.blogspot.com/2011/05/guardanapos-de-papel.html

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  2. Grande Castro Alves.... muito bom seu texto... Frequentarei mais este espaço... Abraços

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  3. Olá, amigo!
    Fazia tempo que eu não passava por aqui...
    Lindo esse texto; obrigada pelas palavras;
    Abs

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